Parece até o início daquelas reuniões dos grupos de ajuda para dependentes. E é quase isso. Afinal, ser mãe se tornou a minha principal atividade nos últimos meses e me fez perceber que é isso que dá o maior sentido para a minha vida.
Para muitos isso deve soar meio excessivo, quase patológico. Daí a comparação com os tais grupos. Às vezes preciso me lembrar de ser mais "egoísta" e deixar as crianças um pouco de lado. Mas consigo? Raramente. Sou dependente delas.
Tenho duas meninas, uma de 10 e outra de 6 anos. E agora, há exatos três meses, chegou meu menino. Os três são lindos, especiais e apaixonantes, cada um a seu jeito.
A mais velha é mais madura, e não só porque já tem 10 anos. Sempre foi assim. Andou cedo, falou cedo. E conversava mesmo. Queria saber o porquê de tudo (até hoje é assim). Suas perguntas sempre foram filosóficas, como da vez que, aos quatro anos, questionou-me porque a polícia matava, já que existia para proteger as pessoas. Ou quando, mais ou menos na mesma época, tentei fazê-la entender que não adiantaria dar alguns lápis de cor para as crianças na calçada que pediam algum dinheiro ou comida, e ela me explicou que elas poderiam escrever no chão um pedido de ajuda que seria lido por mais pessoas...
A mais nova, digo, a do meio - ainda estou me acostumando - é mais festeira. Adora se fantasiar e fazer caretas loucas, devidamente registradas pela irmã mais velha. Inventa músicas (aliás, um hábito familiar), vídeos e coreografias. Adora um brilho e está a um passo de se tornar uma popstar - pelo menos é o que ela diz.
As duas são carinhosíssimas e os beijinhos e abraços se seguem por todo o dia. Claro, às vezes a proximidade causa faíscas, mas é só brigar com uma delas pra outra intervir em sua defesa.
O mais novo é só doçura - pelo menos até onde se pode perceber em um bebê. É calmo e esperto. Com um mês já sorria e logo depois já conversava. Não pode ver ou ouvir as irmãs que abre o sorriso mais lindo do mundo.
Assim tornei-me dependende. Dos questionamentos, das maluquices e dos sorrisos desses três. E não faço a menor questão de frequentar nenhum grupo de ajuda pra me livrar disso.
Aliás, preciso encerrar esse começo de conversa. Afinal, preciso cumprir um dos mais adoráveis papéis de mãe e amamentar meu mais novo.
Até breve.
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