quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Trabalho

Cá estou, no início da manhã, trabalhando. Eu me deitei ontem pra descansar um pouco e levantei às 3:30, ainda com o céu escuro - "the darkest hour is just before dawn" - com a devida permissão, as well as the coldest - para retomar e tentar concluir o trabalho. Os dedos parecem congelados e mal respondem... Estou morrendo de sono e sei que não poderei descansar no meio do dia pra driblar o cansaço.
Ao invés do descanso, preciso levar as meninas pra escola e dar atenção ao Vinicius. Desde que ele nasceu, esse é o primeiro trabalho que recebo. Nem é tão grande, porém é mais um sobre Mecânica. Como esta não é a minha área, a pesquisa é mais demorada (apesar de achar que com mais alguns como esse posso até vir a merecer algum tipo de diploma honorário). Fora a tendinite que me acompanha há 5 meses, fazendo-me lembrar de um ortopedista que me atendeu uma vez e disse que todo mundo precisa conviver com uma dorzinha... Tremendo uruqueiro!!
Mas isso só me faz pensar ao que nós, mulheres, estamos destinadas nos dias de hoje. Pelo menos aquelas que, como eu, não têm empregada, muito menos babá, e precisam do trabalho. Jornada tripla, exponencial, em progressão geométrica e tendendo ao infinito...
Eu trabalho em casa. Mas antes de julgarem que assim é bem mais fácil, saibam que se por um lado isso me dá o conforto de poder tentar administrar o tempo melhor, mesmo que isso implique em trabalhar de madrugada, por outro lado estar em casa me faz presente quando eu não posso estar. Explico: quando eu preciso mesmo trabalhar, tenho que ajudar a preparar o café-da-manhã, colocar pra fazer o dever da escola, falar mil vezes pra arrumar o quarto, tomar banho e vestir o uniforme, além de mentalizar positivamente pra minha mãe oferecer o almoço na Amélia, um restaurante aqui da cidade. Isso quando não vem aquela criança com "olhar de formiga triste" (The Ant Bully) e diz que odeia quando eu tenho trabalho, porque eu não posso ajudá-la com o dever de casa... Ah, sim, claro, fora os pedidos pra usar o computador... E agora, paradas para amamentar e trocar a fralda enquanto a Bia estiver na escola.
Maternidade, trabalho e casa podem ser muito prazerosos, mas nas concentrações indevidas podem ir de neuroestimulantes ou psicotrópicos a quase letais. O duro é achar a dosagem certa. Até porque ela varia de acordo com as condições do paciente...
Abraço enorme!


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